A internet das coisas (IoT), Robótica, gamificação, Inteligência Artificial (IA), as programações voltadas para o processo educativo dentre outros temas tecnológicos estão no interior das discussões educacionais. Mas, e você professor, está inteirado desses assuntos?
As recentes mudanças provocadas pela adaptação do convívio social têm impactado de forma profunda o ambiente acadêmico. O formato de ensino presencial passou a ter um novo significado. De uma hora para outra, professores e alunos tiveram que se adaptar a um novo processo de ensino-aprendizagem. Surge então, a oportunidade de um aprofundamento nas tecnologias e técnicas em busca de interação e engajamento de professores e alunos dentro das salas de aula virtuais. Promover adaptações para todos os níveis educacionais é uma necessidade urgente, assim cursos, treinamentos e projetos que visam o aperfeiçoamento docente estão em alta, atualmente.
Agora, é preciso reconhecer que a educação sempre tangenciou as mudanças sociais e não seria diferente para o momento que estamos vivenciando, a Revolução 4.0. Novos tempos demandam novas práticas educativas, práticas que trazem uma nova postura didática, metodológica e conceptiva. Falar em um “novo normal” é trazer para dentro dos ambientes educativos práticas transformadoras para a sociedade educacional. A educação 4.0 envolve tecnológicas que ampliam o universo das descobertas discentes.
A grande questão é: o profissional que faz a mediação dos saberes está, ou melhor, foi preparado para esse enfrentamento?
Ora, a formação dos professores, reconhecidamente, é essencial para o acompanhamento das imensas transformações de desenvolvimento em todos os sentidos em sociedade. Uma das políticas públicas que norteiam as formações docentes, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), já determinou, desde a sua discussão inicial, que as tecnologias são competências que precisam ser desenvolvidas nas propostas de ensino/aprendizagem. Tais políticas, com reformulações e suportes necessários vem promovendo e deverão ampliar o processo de implantação de processos educativos que possam repensar o modo que acontece as ações educacionais. A criatividade e inventividade são ações de ordem e precisam adentrar os espaços educativos. O acesso e, fundamentalmente, a qualidade das ações que envolvem a inclusão de ferramentas digitais deverão ser repensados pelo poder público em escala local, regional e global, pois precisa entender a prática docente como uma atividade transformadora cujo papel é mediar o conhecimento.
Mas, tudo isso não fará sentido se os agentes mediadores do processo educativo não mobilizarem esforços. É necessário e preciso que os atores educacionais renovem suas práticas pedagógicas. A grande questão é: como? O agente educativo, o professor, necessita perceber que o mundo mudou, que as relações humanas se alteraram. Desenvolver um olhar para essas mudanças é urgente, perceber que uma revolução está acontecendo.
O profissional da educação precisa aprender a estimular múltiplas redes de aprendizagem, para isso necessitará acreditar e envolver-se com esse universo digital. Ele tem a possibilidade de mobilizar associações significativas para o seu aprendente, pode promover o elo entre saberes, processos escolares e a comunidade próxima e mundial, basta aprender a utilizar ferramentas para essa ação.
O aprender fazendo, idealizado por John Dewey, que defendeu a educação como um processo de reconstrução e reorganização das experiências adquiridas, continua em destaque nas ações educacionais. Amplia a forma como concebemos as experiências dos espaços de aprendizados, as ditas ações makers – docentes e discentes com ações colaborativas, construtivas de saberes por meio de vivências e experimentações, desenvolvendo-se assim a criatividade através de atividades práticas, despertando o senso crítico e colaborativo. Estamos envoltos com alguns avanços dessas ideias, que estão presentes na educação a muito tempo e agora, mais que nunca, são tão atuais.
O learning by doing (aprender fazendo), na mesma direção dos espaços makers, também apoia o estudante a reter lições mais facilmente. E, claro, essa absorção pode ser ainda mais aprofundada e ágil se forem introduzidos desafios, ferramentas de suporte e um ambiente de interdisciplinaridade e colaboração.
Enfim, essas discussões tem sido o palco dos debates e formações que estamos promovendo, compreender os espaços de aprendizagem para o novo normal, um caminho sem volta e que necessita ser ampliado nos debates educativos.
Artigo de autoria da Profa. Nidia Mirian Rocha Felix e Prof. Roger Antonio Rodrigues.