No mundo da administração, são vários os termos complexos que se referem a instrumentos ou recursos importantes para uma empresa. Normalmente, são inclusive emprestados do inglês. Sim, são esses mesmos que você está pensando, que às vezes nem o Santo Google explica satisfatoriamente. É da turma para quem o linguajar corporativo é a mesma coisa que grego? Então este post é para você!
Vamos apresentar a partir de agora 3 dessas expressões estranhas com que você já deve ter topado pelo menos uma vez na vida. Pronto para conhecer o Design Thinking, o Canvas e o Pitch, entender o conceito por trás de cada um, bem como quando e como usá-los? Acompanhe!
O que é Design Thinking?
O Design Thinking representa uma abordagem para aumentar as chances de sucesso no processo de inovação. No início, o conceito era muito associado à área de desenvolvimento de produtos, mas foi se tornando mais e mais pertinente para resolver problemas e trazer soluções criativas nos mais diversos segmentos empresariais.
Vale a pena lembrar que o design enfrenta um permanente dilema: conciliar forma e função. Uma cadeira linda, mas extremamente desconfortável, por exemplo, definitivamente não é uma boa cadeira. E esse também é o desafio proposto pelo Design Thinking! Inovar é importante, mas também é preciso contar com eficiência e geração de valor. Por esse motivo, é essencial organizar o processo mental que leva à inovação. Tal processo possui 4 etapas:
- Imersão: entendimento da situação atual;
- Ideação: criação de uma proposta inovadora;
- Prototipação: teste da ideia;
- Desenvolvimento: aplicação na prática.
O grande segredo do Design Thinking está em seu foco coletivo, que coloca as pessoas no centro do processo. E não estamos falando apenas de quem está na ponta, o consumidor final, mas sim de todos os envolvidos, inclusive a própria equipe que desenvolve a inovação. Resumindo: o Design Thinking é focado no desenvolvimento de inovação de maneira a gerar valor para todas as partes envolvidas, com o objetivo de garantir cada vez melhores resultados.
Você pode entender mais sobre Design Thinking neste vídeo feito pelo Sebrae de Minas Gerais, neste programa exibido pela rede de TV americana ABC e também nesta palestra de Ricardo Ruffo para o TEDx.
O que é Canvas?
Canvas é um termo que, em inglês, significa tela ou moldura. No mundo corporativo, consiste em uma uma forma de apresentar o modelo de negócio de uma empresa. Em uma única folha, são reunidos 9 elementos essenciais:
- Clientes;
- Relacionamento com o cliente;
- Canais de distribuição;
- Proposta de valor;
- Principais atividades;
- Principais recursos;
- Principais parcerias;
- Estrutura de custos;
- Fontes de receita.
Com esse método, é fácil visualizar todos os aspectos-chave do modelo em uma única passada de olho. Além disso, o Canvas traz uma distribuição em blocos que é bastante dinâmica, com a proposta de valor situada ao centro e os outros elementos organizados em volta dela. Essa é uma ferramenta especialmente interessante para quem precisa apresentar sua ideia de negócio a parceiros, pois permite que as informações sejam vistas rapidamente, abrindo logo espaço para perguntas e detalhamentos.
Mas o Canvas não serve apenas para mostrar aos outros! Ele tem uma aplicação importante também para que o próprio empreendedor analise se existe coerência em seu modelo de negócio. Será, por exemplo, que a proposta de valor é relevante para o nicho de clientes escolhido? Será que as parcerias estabelecidas são estratégicas, tendo em vista a estrutura de custos? Será que os canais de distribuição são ideais para as fontes de receita desenvolvidas? Enxergando diferentes aspectos ao mesmo tempo, fica mais fácil identificar se eles fazem sentido em conjunto, não concorda?
Você pode entender mais sobre o Canvas neste vídeo feito pelo Sebrae de Minas Gerais e também nesta entrevista com Marcelo Pimenta.
O que é Pitch?
O Pitch pode ser traduzido como a apresentação da sua proposta de negócio a um parceiro ou cliente em potencial. É uma prática extremamente comum em eventos para ligar empreendedores a investidores. Também é chamado de apresentação relâmpago, porque é feito em 2 ou 3 minutos — ou até menos. E esse é um ponto positivo, já que seus interlocutores são pessoas ocupadas. Além disso, parte do pressuposto de que, se você não é capaz de expor a essência do negócio em poucas palavras, provavelmente ainda não desenvolveu bem a ideia.
O foco do Pitch sempre está em obter alguma coisa ao final da apresentação. Por isso, ele deve ser desenvolvido de maneira objetiva, com base na meta pretendida. Não adianta apresentar um Pitch com informações ricas e precisas, mas irrelevantes para a situação e para seu interlocutor. Para conseguir um investimento, por exemplo, é importante focar a apresentação em dados sobre retorno financeiro. Já para fechar uma venda, é melhor focar nos benefícios do produto ou serviço. Em outras palavras, sua apresentação sempre deve responder à pergunta: por que vale a pena embarcar nessa proposta?
Geralmente, o Pitch é seguido de um feedback do seu interlocutor, não apenas aceitando ou recusando sua proposta, mas expondo uma impressão sobre sua apresentação. Em vez de levar para o lado pessoal, use esse feedback para aprimorar as próximas apresentações que fizer!
Você pode entender mais sobre Pitch de negócios neste vídeo de Patricia Meirelles e neste vídeo do Papo de Startup.
Qual a relação entre eles?
Está confuso, tentando entender por que reunimos neste post 3 conceitos que parecem não ter nada em comum? Hora de desvendar o mistério: embora Design Thinking, Canvas e Pitch se refiram a coisas totalmente distintas, são frequentemente usados em conjunto, dentro de um contexto específico. Estamos falando do mundo do empreendedorismo, da criação de um negócio.
Os negócios podem surgir de 2 formas: com a proposta de fazer algo novo ou com a proposta de fazer algo que já existe, mas de uma forma nova — melhor, mais rápida, mais econômica ou mais eficiente. E como a inovação é, portanto, inerente à criação de um negócio, entra aí o Design Thinking, com uma abordagem para estruturar a proposta de maneira mais sólida.
Depois de estabelecer a inovação que estará na base do negócio, é hora de desenvolver e formalizar seu modelo. Pois o Canvas oferece uma maneira simples de fazer isso. É mais prático do que escrever um plano de negócio completo e garante a perspectiva geral necessária nesse momento inicial.
Finalmente, vem o Pitch para também fazer parte da criação de um negócio. Afinal de contas, nenhum negócio pode se concretizar sem parceiros ou clientes. E já que são empresas e pessoas que não sabem nada sobre essa novidade que você está oferecendo, a apresentação para levar sua ideia até eles precisa ser persuasiva, convincente e, claro, objetiva.
Você já conhecia ou já havia usado na prática algum dos conceitos apresentados aqui? Qual deles despertou mais a sua curiosidade? Deixe seus comentários e sugestões aqui e enriqueça nosso post!