Varginha registrou deflação em julho
Após a aceleração ocorrida em junho, o Índice Municipal de Preços ao Consumidor de Varginha (IMPC) apresentou deflação de -0,31% no mês de julho. Comparando o resultado deste mês com julho de 2024, a inflação acumulada no período é de 7,88%. Considerando apenas este ano de 2025, o nível geral de preços subiu 4,85% na cidade.
O IMPC consiste em um indicador geral de inflação medido pelo Instituto Federal do Sul de Minas (Campus Carmo de Minas) através do Grupo de Pesquisas e Estudos Socioeconômicos (GESEc) em parceria com o Departamento de Pesquisa do Unis e GEESUL. Para a construção desse índice são coletados cerca de 500 preços de 44 itens distribuídos em 5 grandes grupos de gastos, sendo eles: Alimentação, Habitação, Transporte, Educação e Comunicação.
Mais uma vez, o grupo com a maior alta foi habitação (2,57%), novamente com destaque para energia elétrica (4,80%) devido à aplicação da bandeira tarifária vermelha em patamar 1. Os produtos de limpeza geral da residência subiram em média 0,57%. Já o destaque de queda neste grupo ficou com itens de higiene pessoal (-5,13%).
Transporte apresentou tênue elevação de 0,27% em função das altas no diesel (0,61%) e gasolina (0,31%).
O grupo alimentação teve forte recuo (-3,13%). As maiores elevações ocorreram com ovos (11,43%) devido ao crescimento das exportações e recuperação dos preços após as quedas ocorridas nos últimos meses, banana (9,56%) e açúcar refinado (5,30%) em função dos baixos volumes ofertados. Os produtos com as quedas mais significativas foram cebola (-40,02%) em razão do pico da safra, tomate (-28,24%) devido à melhoria na maturação e produtividade e alho (-26,77%) graças
à intensificação da colheita.
Os grupos comunicação e educação se mantiveram estáveis.
O indicador oficial de inflação no Brasil (IPCA) apresentou alta de 0,26% em julho, levemente acima do resultado anterior que foi 0,24% em junho e abaixo das expectativas do mercado. As convergências nos resultados local e nacional foram as mesmas: queda em alimentação, a maior alta no grupo habitação e estabilidade em educação.
A difusão inflacionária, indicador que mede a quantidade de produtos pesquisados que tiveram alta nos preços médios, manteve-se em 38,6% em Varginha no mês de julho. Por outro lado, a amplitude das variações, diferença entre o produto com maior alta e aquele com maior queda, atingiu 51,45 pontos percentuais, muito acima do mês anterior quando foi de 34,68 p.p.
As previsões que fizemos no relatório anterior, de que haveria desaceleração inflacionária em Varginha, se confirmaram. Destaque para o grupo alimentação, cujo recuo foi o principal fator de influência nesse resultado. O grupo transporte apresentou estabilidade como previsto; mas, habitação continuou acelerando devido ao comportamento nos valores da energia elétrica.
Para o curto prazo, esperamos que a inflação varginhense se mantenha bem controlada. Ainda é incerto o impacto das tarifas comerciais dos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros, principalmente no caso dos alimentos. Sendo assim, o comportamento das safras e das colheitas continuará sendo o principal fator de influência neste grupo. Já, educação, comunicação e transporte devem permanecer estáveis. Por outro lado, a energia elétrica deve continuar em alta devido à aplicação da bandeira tarifária vermelha em patamar 2 no mês de agosto, o que deve impactar a inflação neste mês.