Estudantes do Unis transformam espaços reduzidos em moradias dignas

O projeto desenvolvido pelos estudantes de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário do Sul de Minas (Unis), orientados pelo professor da disciplina de Modelos e Maquetes, Eduardo Campos, representou um estudo inovador sobre a percepção espacial e a qualidade da Habitação de Interesse Social (HIS). O desafio central foi demonstrar como a boa arquitetura pode transcender as limitações de metragem, criando lugares construídos dignos e funcionais.
A essência do trabalho, realizado durante o segundo semestre, foi elaborar um modelo em escala reduzida e posteriormente virtual de dois apartamentos de Habitação Social no espaço físico limitado por duas salas de aula, cada uma com aproximadamente 57,00 m², localizadas no Bloco A da Cidade Universitária.
Essa limitação espacial foi utilizada como catalisadora da criatividade, forçando os alunos a explorarem soluções arquitetônicas que otimizassem cada centímetro quadrado. O exercício provou que a qualidade da moradia não está intrinsecamente ligada ao tamanho, mas sim à capacidade de interpretar e aplicar o conhecimento sobre os aspectos ambientais.
O projeto foi dividido em cinco etapas, desenvolvidas em equipes: pesquisa de campo, modelagem física e modelagem virtual.
As equipes iniciaram o trabalho com uma pesquisa de campo, verificando no comércio local e em lojas virtuais a variedade, qualidade e custo dos mobiliários mínimos necessários para suprir, de forma funcional e adequada, as necessidades de uma residência.
Posteriormente, foram modelados fisicamente, em escala reduzida, os mobiliários selecionados. Essa etapa permitiu uma
compreensão tátil das dimensões reais dos elementos que compõem o ambiente doméstico.
A etapa seguinte consistiu na elaboração das plantas arquitetônicas de cada apartamento e na confecção das maquetes físicas em escala reduzida, possibilitando uma visualização tridimensional inicial da distribuição espacial.
Em seguida, foram feitos estudos da ocupação espacial por meio da manipulação das maquetes de mobiliário dentro do espaço físico das maquetes dos apartamentos. Essa fase permitiu o estudo da percepção físico-visual aplicada, possibilitando análises detalhadas e melhorias na divisão espacial e no funcionamento do layout.
Como fechamento dos estudos, os apartamentos foram modelados com aplicação de Realidade Virtual (VR), proporcionando uma imersão completa no projeto e permitindo “caminhar” virtualmente dentro do espaço simulado. Essa experiência imersiva proporcionou uma melhor percepção de como o espaço arquitetônico influencia diretamente a qualidade de vida.
Em síntese, o trabalho demonstrou de forma prática que o papel do arquiteto e urbanista é essencial para garantir o direito à moradia digna, consolidando o conhecimento teórico, tecnológico e prático como ferramentas fundamentais para maximizar as possibilidades espaciais e elevar a qualidade do ambiente construído.
