Dinâmica produtiva ficou estável no mês de maio
O Indicador de Dinâmica Produtiva (IdP) demonstrou no mês de maio uma certa estabilidade em comparação com abril, especialmente no resultado nacional. O IdP consiste em um indicador conjuntural com periodicidade mensal, calculado pelo Grupo de Pesquisa e Estudos Socioeconômicos (GESEc) do Instituto Federal do Sul de Minas (Campus Carmo de Minas), em parceria com o Departamento de Pesquisa do Grupo UNIS e o GEESUL.
O IdP analisa os setores econômicos a partir de dados divulgados pelo IBGE, sendo eles: Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), a Pesquisa Mensal do Comércio Varejista Ampliado (PMC) e a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), todos com dois meses de defasagem.
A nível nacional, a dinâmica produtiva teve resultado de 0,01%, uma pequena melhora em relação ao mês anterior quando ocorreu uma queda de -0,57%. O setor agrícola apresentou elevação de 0,07%. Em relação ao comércio e serviços houve expansão de 0,21%, com o comércio varejista ampliado crescendo 0,31% e o setor de serviços com alta de 0,10%. O resultado que mais chamou atenção foi na indústria cujo recuo foi de -0,55%, sendo decisivo para o número final do IdP nacional. Ou seja, esse resultado do setor industrial zerou os avanços nos setores agrícola, de comércio e serviços.
Comparando a dinâmica produtiva de maio de 2025 com o mesmo mês de 2024, é possível notar crescimento de 3,24% na série sem o ajuste sazonal. Para o professor Pedro Portugal, coordenador da pesquisa, “o recuo do IdP Brasil no mês de abril e essa estabilidade em maio demonstram que a economia não se encontra em um nível de expansão que possa impactar a inflação, o que reforça a percepção de que o Banco Central está caminhando para encerrar os ciclos de alta na taxa básica de juros”.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que é considerado uma prévia do PIB nacional, teve queda de -0,7% no mês de maio, também reforçando a desaceleração na economia brasileira. Comparando com maio de 2024, o IBC-Br apresentou alta de 3,16% (muito próximo do resultado do IdP de 3,24%), comprovando assim uma forte convergência entre os dois indicadores.
A economia de Minas Gerais apresentou leve queda na sua dinâmica produtiva (-0,15%) em maio. Seguindo um padrão semelhante ao caso nacional, a indústria apresentou forte recuo de -1,93% sendo este o segundo mês consecutivo que o setor apresenta resultado negativo no estado. O setor agrícola avançou 0,28%. Comércio e serviços em conjunto cresceram 0,70%, sendo que o setor de serviços avançou 0,53% e o comércio varejista ampliado teve incremento de 0,89%. De acordo com o professor Pedro “já são dois meses em sequência que a dinâmica econômica mineira apresenta queda, o que reforça necessidade de um acompanhamento mais profundo. Se por um lado a indústria preocupa com os recentes declínios, por outro o setor de serviços está há três meses em crescimento”.
A previsão no último relatório, de que ocorreria um retorno da dinâmica produtiva mineira e brasileira para o nível positivo de expansão, não se confirmou em razão da forte queda no setor industrial. Para o mês de junho, “nossas perspectivas ainda indicam crescimento para Minas Gerais e Brasil, porém em um patamar não muito elevado” informou o coordenador da pesquisa.