BRASIL E MINAS GERAIS APRESENTARAM RESULTADOS DISTINTOS NA DINÂMICA PRODUTIVA EM AGOSTO
Pelo segundo mês consecutivo, o Indicador de Dinâmica Produtiva (IdP) mostrou resultados diferentes para Brasil e Minas Gerais. No caso nacional houve expansão, já a economia mineira apresentou queda. O IdP é um indicador conjuntural calculado mensalmente pelo Grupo de Pesquisas e Estudos Socioeconômicos (GESEc) do Instituto Federal do Sul de Minas (Campus Carmo de Minas), em parceria com o Departamento de Pesquisa do Grupo UNIS e o GEESUL.
No cálculo deste indicador são usados os seguintes dados do IBGE: Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), a Pesquisa Mensal do Comércio Varejista Ampliado (PMC) e a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), todos com dois meses de defasagem.
Em relação ao Brasil, a dinâmica produtiva teve alta de 0,55% no mês de agosto comparado com julho. Todos os setores tiveram elevação, com destaque para a indústria cujo resultado foi de 0,82%, uma boa recuperação após as estabilidades e quedas nos meses mais recentes. Comércio e serviços avançaram 0,49%, sendo que o setor de serviços cresceu 0,12% e o comércio varejista ampliado 0,87%. O setor agrícola apresentou expansão de 0,11%. Comparando a dinâmica produtiva de agosto deste ano com o mesmo mês de 2024, foi possível verificar um leve crescimento de 0,17% na série sem o ajuste sazonal, o que reforça um comportamento de desaceleração mais suave da economia brasileira. Para o coordenador da pesquisa, professor Pedro Portugal, “o resultado do IdP em agosto veio acima do esperado pelas nossas previsões, tendo em vista que aquele foi o primeiro mês de aplicação das tarifas de importação por parte do governo dos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros. Nota-se que essa política comercial, apesar de impactar de forma mais específica alguns segmentos e produtos, não influenciou amplamente a dinâmica dos setores, especialmente o industrial”.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que é considerado uma prévia do PIB nacional, apresentou alta de 0,4% no mês de agosto. Comparando com o mesmo mês de 2024 a elevação foi de 0,1%. Estes resultados apresentaram forte convergência com o que foi apurado pelo IdP.
A dinâmica produtiva de Minas Gerais novamente apresentou queda, desta vez de -0,15%. Pela primeira vez neste ano de 2025, todos os setores tiveram declínio em seus resultados. O maior recuo foi novamente na indústria (-0,22%). Comércio e serviços caíram -0,13%, com serviços subindo 0,44% e o comércio varejista ampliado com decréscimo de -0,74%. O resultado do setor agrícola foi -0,09%. Mais uma vez ficou evidenciada a volatilidade da dinâmica produtiva no estado mineiro. Segundo o professor Pedro “uma hipótese é de que as altas taxas de juros no Brasil e o tarifaço dos Estados Unidos estejam impactando de maneira mais forte o estado”.
No relatório anterior, as previsões apontavam para queda no IdP tanto para Brasil como para Minas Gerais. No entanto, os resultados mostraram que tais perspectivas apenas se confirmaram para o caso da dinâmica produtiva mineira. A nível nacional o resultado foi acima do projetado, com destaque para a melhoria no setor industrial. “Para o mês de setembro, espera-se continuidade no crescimento moderado no âmbito brasileiro e um início de recuperação na economia de Minas Gerais” de acordo com o coordenador da pesquisa.
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