Alunos do curso de Psicologia do Unis visitam o Museu da Loucura em Barbacena
Como parte das atividades da semana da Luta Antimanicomial, alunos do curso de Psicologia do Grupo Unis realizaram uma visita técnica ao Museu da Loucura, na cidade de Barbacena (MG).
Após preparação por meio de trabalho realizado com os documentários “Em Nome da Razão” (de Elvécio Ratton) e “O Holocausto Brasileiro” (de Daniela Arbex), os alunos puderam conhecer instrumentos e demais materiais utilizados naquele que é considerado uma triste lembrança da história nacional no tratamento de pacientes com doenças mentais.
A visita foi guiada pelas referências do local, Lucimara e João Bosco, que contaram pormenores da história do Hospital Colônia e da relação com os pacientes e a comunidade. Na ocasião, foi possível também ter um breve relato das lembranças associadas ao hospital presentes na memória do chefe de cozinha Ricardo Martin, atualmente residente em Varginha, mas que passou sua infância e adolescência em Barbacena.
A aluna Camila Vieira representa a experiência de conhecer indiretamente o Hospital Colônia com a seguinte reflexão:
“E, de repente, ouve-se o silêncio. O silêncio que grita a partir daquelas imagens, texturas e expressões; o silêncio sentido nas batidas do coração que se desliga, se desfaz, desfalece. O som do vazio. O som do silêncio daqueles que só precisavam ser ouvidos. E faz-se o choque: não é ficção! É a realidade estampada, escancarada, esfregada em nossas caras, daqueles que, por tempos, tentamos esconder.
Neste mesmo contexto de época, Belchior já dizia: ‘a minha alucinação é suportar o dia a dia, e meu delírio é a experiência com coisas reais’… Assim, frente ao Museu da Loucura, nos perguntamos: será mesmo eles, os verdadeiros loucos?!”.
O Prof. Ernani de Souza Guimarães Júnior destacou que: “A visita ao Museu da Loucura permite compreender que os horrores retratados não são ficção, mas foi uma realidade que contou com a conivência de toda a sociedade da época. Ações como essa devem fortalecer o olhar atento às diversas práticas utilizadas pela saúde mental, de modo a que não existam retrocessos e que tenham sempre foco na resolutividade e em atendimentos humanizados”.