A área do conhecimento da Estética e Cosmética está associada à saúde e ao bem-estar do ser humano. Esse ramo tem ganhado cada vez mais espaço no mercado de trabalho, o que gerou uma procura ainda maior pelos cursos de graduação na área, que se tornaram pré-requisitos para aqueles que desejam se qualificar dentro do segmento estético. Essa procura forçou, há pouco tempo, uma regulamentação da carreira, mudando a realidade de muitas pessoas que atuavam de forma autônoma no ramo.
O esteticista está habilitado a desempenhar diversas atividades relacionadas à beleza e ao bem-estar, entre elas, terapia capilar, operação de equipamentos que utilizam laser, aplicação de drenagem e de massagem linfática, tratamentos que amenizam os desconfortos causados por intervenções cirúrgicas, dentre outras.
O mercado da área está em amplo crescimento, possuindo diversos campos de atuação em locais como agências de modelos, casas de repouso, clínicas e centros de estéticas, institutos e centros de pesquisas. No texto de hoje falaremos sobre uma importante questão que envolve a área da Estética em todas as suas possibilidades e locais de atuação, a biossegurança.
A Biossegurança diz respeito a um conjunto de ações voltadas para a prevenção e proteção do trabalhador, minimizando riscos relativos às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando a saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados.
Na área da Estética, a biossegurança requer atenção e consciência para ações de prevenção de doenças no ambiente de trabalho. Em uma realidade na qual o mercado de clínicas de estética e salões de beleza não para de crescer, é essencial redobrar a atenção para medidas de cuidado e segurança nos locais de trabalho. De acordo com informações da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o Brasil é o terceiro maior mercado de beleza no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e Japão.
Segundo as normas da Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo, os profissionais que atuam na área de estética e beleza devem fazer uso de equipamentos de proteção individual durante procedimentos de: manicure, pedicure, podologia, depilação, limpeza de pele, corte de cabelo, retirada de barba, aplicação de produtos químicos, entre outros.
Esses cuidados se justificam pois, tanto o esteticista quanto o paciente ficam expostos a patógenos causadores de doenças, entre elas, hepatite B e C, herpes, gripe, tuberculose, micoses, AIDS e também a produtos que exalam odores tóxicos e que podem causar doenças.
Atributos como conhecimento técnico, atendimento personalizado, utilização de produtos de qualidade, são exemplos de ações que fazem o profissional de estética se destacar no mercado. Mas há uma outra importante questão que deve ser priorizada: os cuidados básicos de higiene, manipulação e conservação de produtos, materiais e equipamentos existentes no espaço de trabalho.
Em qualquer ambiente o contato com poeira e sujeiras em geral é inevitável, provenientes do ar, solo e do próprio homem. Juntamente com elas estão presentes vários micro-organismos, como fungos, bactérias, vírus, etc. Estes micro-organismos podem ser benéficos ou não. Na nossa pele existem vários micro-organismos de defesa, que podem ser prejudiciais se retirados, pois diminuem o sistema de defesa da pele. Porém, se estes mesmos elementos entrarem em contato com um cosmético, a água, os extratos e matérias-primas existentes em sua composição podem servir de fonte de crescimento para sua proliferação.
Isso acontece também com os micro-organismos que vivem no ambiente. Quando o produto fica muito exposto os micro-organismos entram em contato com o cosmético proliferando-se da mesma maneira como ocorre na pele humana. Assim, uma pessoa que entra em contato com o cosmético contaminado pode apresentar diferentes reações alérgicas. Além da reação da pessoa, o próprio cosmético pode sofrer alterações de acordo com a bactéria ou fungo que o contaminou.
Isso não quer dizer que um cosmético dever ser totalmente livre de micro-organismos. De acordo com a resolução da Anvisa, os cosméticos podem ter determinado limite de bactérias e fungos, porém, não pode apresentar a existência de micro-organismos patogênicos.
Por todos os motivos de contaminação deve-se evitar entrar em contato direto com o produto do frasco. O ideal é usar materiais devidamente limpos e assépticos ou descartáveis para retirar o produto da sua embalagem. É necessário que o ambiente esteja o mais limpo possível para diminuir a carga microbiana, mas não isento de micro-organismos. Para isso pode-se usar álcool 70% para assepsia de materiais ou da pele. Outro excelente antisséptico é a clorhexidina, muito eficaz contra fungos e bactérias.
Nos materiais e bancada de trabalho é necessário utilizar um papel toalha ou uma gaze de algodão. É muito importante a assepsia do cliente após fazer a limpeza e antes de iniciar o tratamento para melhorar a penetração de ativos.
Os EPI’s são materiais de uso individual geralmente descartáveis, não devendo ser utilizados mais de uma vez, ainda que seja o mesmo cliente a tratar. A seguir, vamos listar alguns equipamentos imprescindíveis para a atuação do esteticista seguindo as normas e recomendações de biossegurança:
Os cosméticos devem ser armazenados em sua embalagem original, evitando a troca mesmo que seja pelo mesmo tipo de produto, não é aconselhado passar de uma embalagem para outra. Os produtos devem ser bem fechados após o uso para evitar contaminação por micro-organismos provenientes do ambiente. Além disso, se o produto permanecer muito tempo aberto em contato com o ar pode oxidar, ficar com cheiro rançoso e ter sua cor alterada. Geralmente o cosmético oxidado vai ficando amarelado com o tempo.
Tampas, bocas de frascos, devem ser devidamente limpas após o uso. Para retirar os cosméticos dos potes deve-se utilizar espátulas, de preferência descartáveis, ou devidamente higienizadas. Nunca retirar do frasco diretamente com as mãos, nem que seja para remover apenas o que está na tampa.
A aparência do frasco também é muito importante. Embalagens sujas externamente pelo próprio produto ou qualquer outra substância, podem não oferecer risco de contaminação do conteúdo, mas deixam um péssimo aspecto. Por isso é muito importante mantê-los limpos e, com isso, contribuir com a boa imagem do ambiente.
Como podemos observar a área da Estética e Cosmética, assim como os mais diversos segmentos da saúde, possui suas especificidades e normas de boas práticas, principalmente no que diz respeito à segurança e higiene no local de trabalho.
Manter uma boa imagem em relação à limpeza e biossegurança na atuação profissional, funciona também como um diferencial para o esteticista, que reforça o seu compromisso com a saúde do paciente e o seu próprio bem-estar.
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Esperamos que o texto de hoje tenha solucionado suas dúvidas e apresentado informações relevantes para você. Até a próxima!