Na hora de escolher uma graduação, muitos jovens ficam com dúvidas sobre a atuação profissional de determinadas áreas, as diferenças entre carreiras e as qualidades essenciais para exercer certa função. Esses questionamentos são ainda mais comuns quando envolvem as áreas de engenharia civil e arquitetura, pois muitas pessoas não conseguem compreender a diferença entre elas.
Então, como fazer a escolha certa sem saber a resposta a essas questões? Neste post, vamos ajudá-lo a esclarecer dúvidas ao mostrar as diferenças entre essas duas áreas, as formas de atuação desses profissionais e as disciplinas estudadas em cada graduação. Acompanhe!
Uma primeira diferença que se pode notar é que o curso de engenharia civil possui uma carga horária maior de estudo de cálculos matemáticos. Sendo assim, quem pretende ingressar na graduação deve ter certo interesse por números, pois precisará fazer cálculo estrutural a fim de dimensionar as cargas e esforços exigidos em uma construção.
Já na carreira de arquitetura o estudante aprende a considerar elementos essenciais para uma moradia ou comércio como: conforto, iluminação, estética, aproveitamento dos espaços, ventilação, entre outras situações. Nesse caso, precisa compreender aspectos da vida dos seres humanos, questões culturais e ocupação territorial.
Sendo assim, o arquiteto possui uma visão mais abrangente sobre o uso do espaço, sem necessariamente demandar de um cálculo exato sobre os elementos essenciais para a construção como ferro, madeira, tijolos, cimento, entre outros.
Ou seja, esses elementos, geralmente, são avaliados pelo engenheiro civil. É ele que deverá saber a quantidade necessária de material para a construção da viga de um edifício, a fim de sustentar a obra e evitar rachaduras.
Como é possível perceber, essas áreas podem estar relacionadas, pois o arquiteto pode solicitar cálculos estruturais para o engenheiro e este, pedir apoio na execução de uma unidade habitacional adequada para determinado público.
O engenheiro civil também pode atuar na construção de estradas e pontes, organização dos transportes dentro das cidades e mensurar a necessidade de tubulações para cada rua. Nessa área de atuação, o arquiteto pode participar do projeto e ajudar a fiscalizar as obras, mas não tem autonomia para criar e assinar sozinho a demanda estrutural.
Vale lembrar que para construir estradas e pontes o engenheiro precisará saber muito além de cálculos. Será necessário conhecer as especificidades dos tipos de solos, geologia, topografia e as leis ambientais.
Por sua vez, o arquiteto possui uma visão mais qualificada sobre a estética dos espaços. Por isso, pode trabalhar com projetos de paisagismo de áreas públicas, praças e residências.
Ele também pode atuar com design de interiores — ao indicar o uso de móveis adequados para cada ambiente a fim de aproveitar o espaço — e contribuir com o estudo urbanístico das cidades, ao orientar sobre o planejamento de bairros, praças públicas ciclovias, entre outras situações.
Entretanto, para desempenhar bem os trabalhos de arquitetura o profissional deve ter habilidade para desenho e boa percepção visual dos espaços. Ou seja, a graduação tem como foco estimular o desenvolvimento de projetos que valorizem áreas internas e externas, combinando funcionalidade e estética.
Veja algumas disciplinas estudadas no curso de arquitetura e urbanismo:
Desenho artístico;
História da arte e da arquitetura;
Matemática;
Desenho técnico;
Urbanismo;
Paisagismo;
Instalações prediais;
Gestão, inovação e criatividade;
Planejamento urbano, entre outras.
Durante a faculdade, o aluno também terá algumas atividades práticas, como a realização de projetos de desenho ou maquetes. Ao final da graduação é realizado o TCC — Trabalho de Conclusão de Curso. Geralmente, ele consiste em uma monografia e em um projeto arquitetônico.
Para se aperfeiçoar ainda mais na profissão, o estudante pode realizar estágios em empresas ou órgãos públicos que promovem parcerias com a instituição de ensino. Assim, ele verá na prática como funciona o dia a dia de um arquiteto.
Conheça algumas disciplinas do curso de engenharia civil e compare melhor as diferenças entre as duas áreas:
Matemática;
Física;
Geometria analítica;
Desenho;
Álgebra linear;
Geologia e mineralogia;
Resistência dos materiais;
Hidráulica;
Topografia, entre outras.
A intenção é que o futuro profissional entenda a execução de uma obra do início ao fim. Por isso, ele precisa compreender o funcionamento dos sistemas de água, esgoto e os processos de canalização de rios. Ele também deve saber classificar rochas e minerais, fazer a medição de terrenos e entender sobre escalas e cartografia.
Na faculdade o estudante desenvolve projetos de construção e manutenção de estradas, viadutos e até aeroportos. Muitas vezes, ele também precisa saber analisar sistemas de transporte e propor melhorias no tráfego urbano.
Além disso, o aluno pode se envolver em projetos de extensão e pesquisa a fim de aprofundar ainda mais os conhecimentos adquiridos em sala de aula. Desse modo, ele terá uma visão mais prática da carreira e terá mais oportunidades de “colocar a mão na massa”.
Outra opção é procurar por vagas de estágio em empresas que possuem parcerias com a universidade, pois isso contribuirá para que o estudante tenha uma visão prática da rotina do engenheiro civil.
Ao final do curso também é exigida a realização do TCC, que se baseia na produção de uma monografia.
Embora algumas disciplinas sejam comuns na graduação de engenharia civil e arquitetura, o perfil desses profissionais muda um pouco conforme a área de atuação.
Na construção civil, engenheiros e arquitetos podem trabalhar em conjunto, sendo que o primeiro é capacitado para dimensionar vigas e colunas, projetar instalações elétricas e hidráulicas, e o segundo faz a elaboração da planta com a distribuição adequada para os ambientes internos e externos.
Em obras menores, esses profissionais podem competir entre si. Muitas vezes, por exemplo, arquitetos podem gerenciar uma obra, executar construções de dois pavimentos e se responsabilizar por questões trabalhistas e administrativas.
Contudo, o mais indicado é que cada um respeite a área do outro, buscando a união dos dois conhecimentos para oferecer o melhor serviço ao cliente. Veja algumas diferenças no perfil desses profissionais:
Ele tem habilidade com números, pois a graduação envolve muitos cálculos. Sendo assim, ele precisa calcular a resistência dos materiais e conhecer as especificidades de cada um para escolher o item mais adequado para determinada obra.
Nesse caso, é exigido que o aluno dessa graduação tenha habilidade com matemática, física e química, pois são áreas que serão demandadas durante toda a vida.
Além disso, o estudante da área ou profissional formado deve conseguir se adaptar com facilidade às mudanças tecnológicas. Afinal, muitas tarefas podem ser executadas em softwares, evitando trabalhos manuais.
Outra característica do perfil do engenheiro civil é a capacidade de planejamento, pois a execução da obra — do início ao fim — dependerá do projeto e do cronograma elaborado pelo profissional. Ele também deverá ser muito responsável no cálculo de prazos e orçamentos, pois o aumento excessivo nos custos acarretará em prejuízos para o cliente.
O engenheiro civil também deve ter habilidade para trabalhar com outras pessoas e comandar equipes, visto que ele será responsável pela fiscalização da obra, cobrança de resultados e negociações com fornecedores.
Esse profissional também precisa ter habilidade com números. Por isso, a grade curricular oferece algumas disciplinas como matemática e cálculo. Todavia, isso não demanda que ele seja um especialista nessa área, pois, geralmente, é exigido um conhecimento básico como o número de colunas necessárias para determinada construção.
Já a criatividade é fator primordial para um arquiteto, pois a graduação ensina as mesmas disciplinas para todos os alunos. Por isso, a capacidade de inovação e desenvolvimento de um estilo próprio serão os diferenciais desse profissional.
É claro que essa habilidade pode ser aprimorada durante o curso e estimulada por meio de pesquisas e treinos. Portanto, considere desenvolver essa habilidade desde já se você pensa em estudar arquitetura.
Outra característica fundamental desse profissional é a capacidade de entender as necessidades dos clientes e alinhá-las ao conhecimento técnico. Sendo assim, se ele possuir uma ideia que é impossível de ser executada, o arquiteto deve explicar os motivos e encontrar uma solução que possa satisfazer o cliente obedecendo todas as questões técnicas.
Ou seja, o arquiteto não deve apenas elaborar projetos que atendam 100% os pedidos do cliente. Ele deve se preocupar com questões técnicas, estéticas e funcionais daquela obra, a fim de garantir a segurança necessária para a construção e a satisfação do cliente.
Esse profissional também precisa se interessar pelas ferramentas tecnológicas, pois hoje há inúmeros softwares e aplicativos que permitem criar desenhos e dimensionar áreas de uma maneira mais fácil que o trabalho manual.
Ademais, é fundamental possuir habilidade para verificar os custos de determinados materiais, e estar atualizado sobre a legislação vigente no país de atuação ou cidade em que a obra será executada.
Esse profissional deve ter um espírito crítico e observador, a fim de acompanhar as mudanças sociais e propor melhorias de acordo com as alterações que ocorrem ao seu redor.
Essas duas carreiras possuem muitas semelhanças, mas também diferenças de atuação de acordo com a área escolhida pelo profissional. Por isso, é imprescindível analisar todas as questões antes de tomar uma decisão.
O primeiro passo para escolher a faculdade certa para você é conhecer as diferenças entre as duas profissões e tentar imaginar o tipo de trabalho que deseja para sua vida.
Para ajudá-lo nesse processo, também é recomendável buscar a orientação de um profissional, como um psicólogo ou coaching. Nesses casos, são realizados testes e orientações vocacionais para que o estudante conheça melhor o seu perfil e possa tomar uma decisão mais consciente.
Depois de fazer uma pesquisa sobre as possibilidades de atuação dessas duas carreiras, procure profissionais da área para conversar e esclarecer dúvidas.
Você pode questioná-los sobre as dificuldades da carreira, motivos que os fazem permanecer nessa profissão, vantagens e diferentes caminhos que podem ser seguidos. Provavelmente, um engenheiro civil terá contato com outro colega de faculdade que seguiu por uma linha bem diferente da sua, podendo repassar diversas opções de atuação no mercado de trabalho.
O mesmo fenômeno ocorre na arquitetura, pois enquanto alguns profissionais preferem atuar de forma autônoma, outros se dedicam a órgãos públicos, multinacionais e outros setores.
Ao ter uma visão mais realista sobre a profissão, você terá mais chances de fazer a escolha certa.
As oportunidades de atuação profissional são extensas para as duas áreas. Todavia, é importante conhecer a fundo as duas carreiras antes de fazer uma escolha. Alie essa informação aos seus sonhos e faça uma análise sobre a melhor opção.
Esse profissional pode atuar na construção civil, projetando e reformando prédios, shoppings e estádios. Ele também está habilitado para desenvolver projetos para gestão dos recursos hídricos e tratamento de esgoto, para garantir a sustentabilidade do planeta.
Outra opção é a área de geotecnia, em que o profissional poderá fazer escavações e analisar barragens de terra e obras hídricas. Porém, isso exige um conhecimento mais aprofundado sobre o tema, demandando uma especialização ou mestrado.
O engenheiro civil também pode trabalhar na construção de estradas, participando de obras de duplicação de rodovias, construções de pontes e projetos para dar um melhor direcionamento ao tráfego dentro de uma cidade.
Já o arquiteto pode atuar no design de interiores, organizando espaços internos e indicando a utilização de móveis que permitam um bom uso do ambiente. Outra opção é o paisagismo, em que o profissional desenvolve projetos para praças, parques e áreas verdes de residências.
Ele ainda pode atuar na restauração de edifícios históricos, considerados patrimônios para determinada cidade ou estado. O arquiteto também pode contribuir para desenvolver melhor uma cidade, orientando para o planejamento adequado das regiões por meio da criação de um plano diretor e monitoramento sobre o cumprimento das leis.
Uma área pouco explorada por arquitetos é a luminotécnica. Ela consiste em indicar as melhores opções de iluminação para cada ambiente. Essa especialidade é, inclusive, utilizada para determinar as cores das luzes utilizadas em shows, espetáculos teatrais e eventos em geral.
Por mais que você queira considerar sua aptidão para determinada profissão, também é fundamental conhecer a remuneração aplicada para cada área. Afinal, você vai querer se sustentar e ter qualidade de vida, certo?
Portanto, o recomendável é pesquisar sobre a remuneração das duas profissões e considerar esse fator na hora de fazer a sua escolha.
Por exemplo, as áreas da engenharia e arquitetura são regulamentadas pela Lei 4.950 – A, de 22 de abril de 1966. Segundo ela, ao trabalhar seis horas diárias esses profissionais têm o direito de receber 6 vezes o valor do salário-mínimo.
Nesse caso, o valor corresponderia a: 6 X R$ 937,00 = R$ 5.622. Essa remuneração pode mudar de acordo com a carga horária exercida e também a área de atuação.
Porém, vale lembrar que a lei da oferta e da procura também se aplica nas questões de empregabilidade. Sendo assim, muitas vezes, um profissional em início de carreira poderá receber menos do que o valor recomendado.
Veja os salários médios para algumas áreas de atuação:
Designer de interiores — R$ 2.400,00
Paisagista — R$ 3.200,00
Coordenador de projetos — R$ 6.900,00
Engenheiro civil em início de carreira — R$ 1.700,00
Engenheiro civil pleno R$ 7.000,00
Diretor de planejamento — R$ 9.500,00
Em outros países a remuneração do engenheiro civil pode ser ainda maior. Um diretor de construção no Canadá, por exemplo, pode receber um salário anual entre 81 mil e 148 mil dólares. Ou seja, entre 6.750 e 12.333 dólares mensais.
Na Alemanha um diretor de operações pode receber entre 123 mil e 177 mil dólares por ano, o que equivale a um valor entre 10.250 e 14.750 dólares mensais. Já no Reino Unido o valor pode ser ainda maior. Um diretor de operações consegue atingir um salário máximo de 250.000 dólares ao ano, o que equivale a 20.833,33 mensais.
Por isso, o ideal é pesquisar, conversar com profissionais da área e estar preparado para os desafios da carreira, independentemente da remuneração recebida.
Outra situação a ser considerada é a possibilidade de desenvolvimento dentro da carreira. Por exemplo, arquitetos e engenheiros são requisitados em órgãos públicos, empresas privadas e também podem trabalhar como autônomos.
O engenheiro civil, muitas vezes, pode encontrar possibilidades de atuação no exterior. Alguns países têm poucos jovens e, por isso, oferecem oportunidades para imigrantes que querem atuar em outros locais. Todavia, para isso é exigida especialização e conhecimento em línguas estrangeiras.
A área de arquitetura tem uma abrangência mais limitada, mas, muitas vezes, também é possível encontrar oportunidades no mercado internacional. É o caso de cidades como Toronto, no Canadá, e Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Outro item essencial para considerar na hora de escolher o melhor caminho a seguir é o seu perfil. É claro que algumas habilidades se desenvolvem durante a graduação e no decorrer da vida, porém certas características já nascem com a pessoa.
Por exemplo: se você adora cálculos, mas não gosta muito de desenho pode ser que tenha mais direcionamento para a engenharia civil do que para a arquitetura. Já se você gosta de projetar ambientes, verificar a usabilidade dos espaços e possíveis decorações para eles, talvez tenha mais características de um arquiteto.
É fundamental conhecer suas aptidões para não perder tempo trocando de curso ou, até mesmo, ficar frustrado em sua vida profissional.
Por isso, essa decisão deve ser feita com calma, considerando todas as oportunidades da área de atuação profissional.
Já que você está nessa fase de decisão sobre a carreira que pretende seguir, o que acha de conhecer algumas curiosidades sobre as duas profissões e se inspirar? Veja:
O britânico Thomas Heatherwick criou a ponte Paddington Basin nos canais localizados na região Oeste de Londres. Ela possui cilindros hidráulicos que se enrolam entre si para dar acesso aos barcos. Depois, eles retornam ao normal para que os pedestres possam atravessar o canal.
Já em Cingapura o desafio foi a construção da ponte Henderson Waves. Ela foi criada para permitir a passagem de pedestres entre dois parques do sul da ilha. Para suportar toda a estrutura de 274 metros de extensão, foram necessários 7 reforços de aço retorcido.
Gustave Eiffel é um engenheiro famoso. Ele foi responsável por criar a Torre Eiffel, na França.
André Rebouças, brasileiro, criou obras ferroviárias e portuárias. Já Francisco Paes Leme de Monlevade criou a primeira eletrificação ferroviária brasileira.
O suíço Robert Maillart deu expansão ao uso do concreto armado. Entre as obras de destaque estão as pontes Salginatobel e Schwanbach, na Suíça.
John Roebling nasceu na Alemanha, mas depois se naturalizou americano. Foi ele que projetou a primeira ponte suspensa com cabos metálicos. Uma obra de destaque é a Brooklyn Bridge, nos Estados Unidos.
O brasileiro Oscar Niemeyer é um dos arquitetos famosos do mundo. Ele foi responsável por criar o projeto do Congresso Nacional, Palácio da Alvorada e a Catedral do Brasil.
Charles Edouard Jeanneret — popularmente conhecido como Le Corbusier, nasceu na Suíça, mas desenvolveu obras no mundo inteiro. Ele foi responsável pela sede das Nações Unidas em Nova York e a Chapelle Notre-Dame-Du-Haut, na França.
Zaha Hadid também se destacou na área da arquitetura. Ela tem origem iraniana e estudou em Londres, onde aprimorou seu estilo. Uma de suas obras é o Centro Aquático de Londres.
Norman Foster foi outro arquiteto reconhecido mundialmente. O britânico foi o responsável pelo Estádio de Wembley e o 30 St Mary Axe, primeiro arranha-céu sustentável de Londres.
Diante do conteúdo exposto, é possível perceber que há diferenças entre as áreas de engenharia civil e arquitetura. Enquanto um profissional é mais focado no cálculo estrutural, o outro considera a estética e funcionalidade de uma obra.
Muitas vezes, esses profissionais podem trabalhar em conjunto para executar e fiscalizar construções de grande porte. Em outros momentos, a atuação pode se distanciar bastante, como é o caso do arquiteto que faz projetos paisagísticos ou de design de interiores.
Porém, em ambas as profissões, há inúmeras oportunidades no mercado de trabalho. Essas carreiras oferecem excelentes remunerações, desde que haja comprometimento, atualização e aprimoramento profissional com o passar dos anos.
Ainda está em dúvida sobre qual carreira seguir? Baixe o nosso e-book e conheça melhor as áreas de engenharia!