Quem pretende ingressar ou até mesmo se manter no ensino superior necessita obrigatoriamente ficar por dentro de tudo o que envolve a prova do ENEM 2017. Isso é essencial, uma vez que, por meio da nota obtida no exame, são possibilitados diferentes acessos às universidades públicas e privadas, programas de bolsas e financiamento estudantil, condições necessárias à trajetória acadêmica do estudante. Assim, é essencial sanar dúvidas sobre o ENEM.
Contudo, essa não é uma tarefa muito fácil, tendo em vista que o exame possui diversas especificidades em sua estrutura e funcionamento, além de sofrer alterações no decorrer do tempo de aplicação. Para lhe ajudar a ficar inteirado do assunto e conseguir um desempenho de excelência na prova, vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre o ENEM 2017, dando algumas dicas de organização que vão facilitar a sua rotina de estudos.
Para começar, vamos responder as 5 maiores dúvidas que os estudantes em geral têm sobre o ENEM. Esclarecê-las é fundamental, pois é a partir dessas informações — embora básicas, costumam confundir — que o participante terá melhores condições para entender, se preparar e realizar com sucesso a prova. Confira!
ENEM é a sigla usada para denominar o Exame Nacional do Ensino Médio, prova criada e gerida pelo Ministério da Educação. De aplicação anual, geralmente durante o fim do segundo semestre de cada ano, o exame foi instituído com a finalidade de medir o desempenho dos alunos que concluem o ensino médio, para que o governo possa ter um panorama da qualidade do ensino básico brasileiro.
Essa é uma questão muito importante, mas, que tende a ser negligenciada por boa parte dos estudantes que vão prestar o ENEM. Qualquer forma de seleção pública deve obrigatoriamente ser regida por um edital, que consiste em um documento descritivo e explicativo que tem força de lei. Por consistir em um instrumento avaliativo gerido pelo governo federal, o ENEM é regido por um edital próprio.
Mesmo sendo publicado no Diário Oficial da União e disponibilizado no site do Ministério da Educação, o edital do ENEM nem sempre é conhecido pelos estudantes que farão o exame. Esse desconhecimento pode trazer uma série de desvantagens para o candidato, que deixa de ter acesso a todas as informações oficiais sobre a prova, as quais são úteis para a sua preparação.
O edital do ENEM é constituído de informações sobre a realização, estruturação e funcionamento do exame. Nele serão encontradas disposições específicas sobre: data e horário da prova, particularidades de aplicação, municípios em que será realizada, oferecimento de atendimento especializado aos participantes que necessitarem, meio de inscrição, isenção e pagamento de taxa para se inscrever, componentes curriculares do exame e critérios de correção.
O exame é constituído de cadernos de prova, gabaritos de respostas para as questões e folha de redação. Os cadernos de provas contêm 180 questões, sendo 45 pertencentes à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias, 45 relativos à área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, 45 concernentes à área de Matemática e suas Tecnologias e 45 referentes à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias.
Cada uma das questões que perfazem o total de 180 é objetiva, isto é, de múltipla escolha. São fornecidas 5 possibilidades de respostas para uma questão, havendo apenas uma alternativa correta. Caso, na folha de respostas, sejam assinaladas duas alternativas para uma mesma questão, ela será considerada incorreta.
A prova conta ainda com uma proposta de redação. Com base nessa proposta, que contém um tema e textos de apoio, o participante deve redigir uma produção textual, com a extensão mínima de 8 e máxima de 30 linhas, em prosa e de acordo com a modalidade formal escrita da língua portuguesa.
O exame é aplicado em dois dias. Nesse ano, acontecerá durante dois domingos seguidos. No primeiro domingo, serão aplicados os cadernos das áreas de Linguagens, Ciências Humanas e a proposta de redação. Seu período de realização é 5 horas e meia.
No segundo domingo, serão aplicados os cadernos das áreas de Ciências da Natureza e Matemática. O período disponibilizado para essa etapa do exame é de 4 horas e meia, uma vez que há menos atividades que no primeiro dia de aplicação.
Além de ser usada para avaliar as condições acadêmicas gerais dos concluintes do ensino médio, a prova do ENEM tem função importante em diversas seleções de caráter universitário. A nota obtida no exame é pré-requisito para quem pretende ter os seus estudos financiados pelo Governo Federal, ao se candidatar ao Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior — FIES, que auxilia no pagamento das mensalidades.
O estudante que atende as condições socioeconômicas exigidas pelo Programa Universidade para Todos — PROUNI —, tendo como foco pleitear uma bolsa de estudos é obrigado a fazer o ENEM. Isso porque a nota da prova é utilizada como critério único de seleção. Assim, se a meta for tentar um financiamento, existe a possibilidade de não prestar o ENEM e desistir do FIES, buscando outros meios, mas, se o objetivo for a concessão de uma bolsa, não há como escapar do exame.
O ENEM é ainda empregado em vestibulares de faculdades, centros universitários e universidades tanto públicas quanto privadas. Nesse caso, é a instituição de ensino que escolhe como fará uso da nota. Algumas optam por utilizar o ENEM como único instrumento de seleção, enquanto outras mesclam a nota advinda da realização do exame com o desempenho obtido em processo seletivo próprio.
Em tese, qualquer pessoa pode fazer o ENEM. A prova pode, inclusive, ser aplicada em contextos que envolvem algum tipo de privação, como nos casos de adultos que se encontram em regimes prisionais fechados, adolescentes infratores tutelados pelo Estado e pessoas que estão em situações de hospitalização. Além disso, quem possui necessidades especiais, pode solicitar o atendimento para fazer o exame.
No entanto, realizar o ENEM não garante a possibilidade de utilizá-lo em processos avaliativos, uma vez que existem determinadas condições para o uso da nota em seleções do FIES, PROUNI e ingresso no ensino superior. Nessa perspectiva, o pré-requisito básico para empregar a nota obtida na prova é ter o ensino médio completo no momento de sua realização ou ao fim do ano em que ela ocorre.
Estudantes com menos de 18 anos que concluirão o ensino médio em anos seguintes ao da realização da prova podem prestá-la como treineiros, uma categoria reconhecida pelo Ministério da Educação. Os treineiros são submetidos ao exame somente para testarem os seus conhecimentos, não podendo usar a nota para qualquer finalidade seletiva. As notas desse tipo de participantes são divulgadas em período posterior às dos demais.
A edição do ENEM de 2017 está sendo marcada por mudanças consideráveis em sua realização, tendo em vista as provas anteriores. Conheça as principais alterações feitas na estruturação e no funcionamento do exame, para não ser surpreendido e, então, não ter condições de se preparar devidamente!
A inscrição para o ENEM — que, neste ano, deve ser feita no período entre 8 e 19 de maio — possui uma taxa de R$82,00. Estão isentos de pagá-las os alunos matriculados no terceiro ano do ensino médio de escolas públicas e os participantes que possuem carência financeira comprovada.
Ocorreram duas mudanças neste ano. Primeira: a isenção da taxa será concedida aos participantes que estiverem cadastrados no CadÚnico, o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. Segunda: o estudante isento de pagar a taxa que não comparecer à prova perderá o direito ao benefício no ano seguinte caso não justifique a ausência por meio de atestado médico ou documento oficial.
Os participantes que necessitam de algum tipo de atendimento especial, bem como de tempo adicional para realizar o exame deverão realizar a solicitação já no ato da inscrição, diferentemente do procedimento exigido em edições anteriores.
Durante as últimas edições do exame, as provas eram aplicadas em dias consecutivos de um mesmo final de semana, isto é, sábado e domingo. Em 2017, no entanto, a aplicação do ENEM será feita em dois domingos consecutivos, no dia 5 e no dia 12 de novembro. Com essa alteração, os sabatistas, que esperavam até as 19 horas do sábado para iniciar o exame, passam a fazê-lo em conjunto aos outros participantes.
A ordem das provas também mudou. Neste ano, durante o primeiro domingo, serão aplicadas as provas de Linguagens e Códigos, Ciências Humanas e Redação. No domingo seguinte, os participantes farão as provas de Matemática e de Ciências da Natureza.
Até o ano de 2016, pessoas que ainda não tinham concluído o ensino médio poderiam prestar o ENEM e usar a nota obtida na prova para solicitar a certificação do ensino médio. A partir de agora, não existe mais essa possibilidade. Quem tem mais de 18 anos e deseja esse tipo de certificação deverá se submeter ao Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja).
Os conteúdos cobrados no ENEM baseiam-se nas disciplinas que compõem a grade curricular do ensino médio. A relação de todos os conhecimentos potencialmente exigidos nas questões do exame podem ser encontrados na matriz de referência do ENEM, disponível no site do Inep — Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira —, autarquia ligada ao Ministério da Educação.
No caderno de provas de Ciências da Natureza, há questões sobre física, química e biologia. São demandadas competências relacionadas aos processos biológicos, aspectos bioéticos, fenômenos e propriedades físicas, impactos ambientais, organização taxonômica dos seres vivos, substâncias e reações químicas, sustentabilidade, corpos celestes, interpretação de experimentos etc.
No caderno de Linguagens e Códigos, cobram-se português, literatura, inglês, artes, educação física e língua estrangeira — inglês ou espanhol. As competências requeridas envolvem compreensão textual, uso da língua materna e de língua estrangeira, análise e interpretação de recursos simbólicos expressivos, utilização de linguagem corporal, identificação das variedades literárias e reconhecimento da diversidade artística.
No caderno de Matemática, abordam-se conteúdos matemáticos. São exigidos conhecimentos sobre números — naturais, reais, racionais e inteiros —, medidas, grandezas, geometria, interpretação de tabelas e gráficos, probabilidade, cálculos, variáveis socioeconômicas, variáveis técnico-científicas, entre outros.
No caderno de Ciências Humanas, são feitas perguntas de filosofia, história, sociologia e geografia. Entre os conteúdos cobrados nas questões estão as manifestações culturais, processos históricos, diversidades sociais, dinâmicas populacionais, realidades histórico-geográficas, atuação de movimentos sociais, modos de organização do trabalho, apropriação dos espaços rurais e urbanos, valores éticos e cidadania.
O ENEM não estipula a leitura de livros específicos que poderão ser cobrados na prova. No entanto, como há questões sobre literatura brasileira no exame, é fundamental a leitura de determinadas obras, considerados expoentes da arte literária nacional. Por essa razão, indicamos alguns livros, geralmente disponíveis em downloads gratuitos, que devem ser lidos para se fazer a prova.
Nossa lista é composta por obras publicadas a partir da segunda metade do século XIX: Iracema, de José de Alencar (1865), Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (1881) e O Cortiço, de Aluísio de Azevedo (1890). São também recomendados livros da primeira metade do século XX: Dom Casmurro, de Machado de Assis (1900), Macunaíma, de Mário de Andrade (1928), Capitães de Areia, de Jorge Amado (1937) e Vidas Secas, de Graciliano Ramos (1938).
Estão entre as indicações de leitura para a prova do ENEM obras da segunda metade do século XX: Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa (1956), Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto (1967), A hora da estrela, de Clarice Lispector (1977). Todos os livros citados contribuem para dar um panorama das diferentes escolas literárias brasileiras por meio de obras e autores representativos.
A redação tem um papel muito importante na prova do ENEM. Além de valer mil pontos, ela costuma ser usada como critério de desempate na concorrência por bolsas de estudo em universidades particulares e vagas em instituições públicas. Assim, é indispensável se sair bem na redação. Veja como é possível!
Não é possível escrever sobre algo de que não se sabe. Por isso, é essencial que o participante esteja inteirado sobre as atualidades e conheça as diferentes discussões sociais comuns no Brasil. Esses dois tipos de informação são fundamentais para a escrita de uma redação em conformidade com as exigências do ENEM. É também importante que se tenha os chamados conhecimentos gerais, especialmente, das áreas de história, filosofia, sociologia e geopolítica. Para adquirir tudo isso, é preciso ler muito.
Para se sair bem na redação do ENEM, é crucial saber de que forma ela é cobrada. Uma maneira prática de acessar essa informação é conhecendo as propostas de redação solicitadas nas provas anteriores. Nelas, é possível observar quais tipos de temas costumam cair, o formato da proposta e o modo de raciocínio exigido no texto, por exemplo. Ter esses conhecimentos auxilia na preparação geral e no treino direcionado para a produção da redação.
É fundamental que o participante treine a produção textual durante a preparação para o ENEM. Esse treinamento pode ser feito com base nas propostas cobradas nas provas anteriores, bem como a partir das informações sobre atualidade, problemáticas sociais e conhecimentos gerais. Ao praticar esse treinamento, o estudante tem a chance de aprimorar o seu texto, deixando-o cada vez mais de acordo às exigências do ENEM.
O ENEM requer que a redação seja desenvolvida na modalidade escrita padrão da língua portuguesa. Assim, o aluno deve atentar-se para todas as regras que compõem essa norma, de modo a escrever com concordância, regência, colocação pronominal, ortografia e pontuação adequadas, evitando marcas de oralidade. O estudo da gramática e a leitura de textos ajudam muito no desenvolvimento dessas habilidades de escrita.
A proposta de redação do ENEM exige que seja produzido um texto do tipo textual dissertativo-argumentativo, no qual haja uma proposição de resolução para a questão problematizada. Portanto, é preciso que o estudante tenha capacidade argumentativa e raciocínio propositivo, habilidades que podem ser exercitadas nas produções textuais feitas durante o período de preparação para o exame ou até mesmo em discussões cotidianas com colegas e familiares.
Ter modelos de excelência orienta a produção de textos adequados e de qualidade. Dessa maneira, outra possibilidade prática para obter um bom desempenho na redação do ENEM é a observação de textos que foram bem avaliados no exame, por meio dos quais é possível perceber as características que são importantes para uma produção textual bem-sucedida. Essas redações podem ser encontradas na própria página do ENEM e em sites que tratam do exame.
O ENEM acontece somente uma vez por ano, por isso sua realização deve ser a mais perfeita possível. Com a finalidade de lhe ajudar a ter um desempenho impecável, vamos listar os 5 erros que você não pode cometer ao estudar para a prova!
As disciplinas cobradas no exame são muitas e a quantidade de conteúdos maior ainda, sendo necessário planejamento. Desse modo, é importante que o participante organize os seus estudos, estabelecendo um cronograma, que permitirá o controle do que foi e do que falta ser estudado. A ausência de planejamento tende a impedir uma preparação eficiente, uma vez que o estudante tende a ficar perdido em meio a tantas matérias.
As emoções fazem parte do ser humano, sendo manifestadas nas mais diferentes situações. O período preparatório para um exame como o ENEM é uma delas. Nele, torna-se comum que o estudante fique ansioso, desanimado, desmotivado, irritado, ou seja, que se descontrole emocionalmente. Essa condição é extremamente negativa, pois gera dificuldades de concentração, atenção e retenção de informações, capacidades essenciais para a aprendizagem.
Deixar para estudar na última hora é o caminho do fiasco. Não é humanamente possível estudar todos os conteúdos cobrados pelo ENEM no período próximo que antecede a prova.
Literalmente na véspera do exame, ou seja, dias antes da realização da prova, é recomendável que o participante diminua, chegando a cessar suas atividades de estudo, já que ele precisará estar descansado para ter condições de obter um bom desempenho.
O ENEM não é estruturado por questões do estilo decoreba, mas, cobra conteúdos que exigem raciocínio e o estabelecimento de relações entre conhecimentos. Portanto, de nada vai adiantar ficar memorizando tudo: regras, fórmulas, nomes, datas, lugares.
As estratégias de aprendizagem devem basear-se na compreensão dos conteúdos estudados. Para isso, vale a pena elaborar resumos, fluxogramas, mapas mentais, fazer anotações.
A ideia é, na verdade, inversa: é preciso estudar mais as matérias que você gosta menos ou simplesmente não gosta, uma vez que, em geral, consideramos essas disciplinas as mais difíceis e sabemos menos sobre elas.
Quem estuda apenas o que aprecia acaba dominando somente esse tipo de assunto, conhecimento muito limitado para dar conta de realizar satisfatoriamente a prova do ENEM. O interesse deve estar focado em todos os conteúdos.
Como você pode observar, por ser o processo seletivo unificado mais importante do Brasil, a prova do ENEM tem uma estruturação complexa que exige atenção redobrada de quem deseja realizá-la. Não há como ter sucesso no exame sem estudar. Mas, além do estudo, outras práticas são recomendadas para que o estudante consiga se sair bem no processo avaliativo, entre as quais está o conhecimento pleno sobre a prova, ou seja, tirar todas as dúvidas sobre o ENEM 2017 .
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