O profissional formado na área da Enfermagem é responsável por acompanhar e cuidar de pacientes através de diversos tipos de assistência, garantindo sempre que o tratamento médico seja aplicado da forma correta.
O enfermeiro, em muitos casos, tem o papel de oferecer os primeiros cuidados em pacientes acidentados ou em momentos de crise, fazendo curativos, ministrando medicamentos ou coletando amostras para serem examinadas.
Além disso, o profissional de Enfermagem também pode auxiliar médicos durante cirurgias, exames, tratamentos ou recuperações pós-cirúrgicas.
Em meio a tantas possibilidades de atuação, destacamos hoje o papel que o enfermeiro pode desempenhar na área de cuidados paliativos, e todas as especializações que podem ajudar o aluno de Enfermagem a futuramente atuar nesse segmento.
Em 2002 a Organização Mundial de Saúde (OMS) criou o conceito de Cuidados Paliativos. Essa abordagem apresentou boas práticas para serem aplicadas no tratamento de portadores de doenças terminais e enfermidades crônicas, além de capacitar os profissionais da saúde para realizarem o acompanhamento dos familiares, que também são afetados.
Através dos cuidados paliativos, os profissionais de saúde têm uma relação mais próxima com o paciente, daí surge a necessidade e a importância do papel desempenhado pelo profissional da Enfermagem. O enfermeiro tem a responsabilidade de manter um contato mais direto com o paciente e a família, atuando como um mediador, muitas vezes de forma permanente. O vínculo estabelecido pelos cuidados paliativos não termina com a alta hospitalar, as práticas seguem sendo aplicadas enquanto forem necessárias.
Os cuidados paliativos são então aplicados em toda doença que não tenha possibilidade de cura como câncer, AIDS, hipertensão ou diabetes. As práticas buscam aliviar a dor, oferecendo um suporte que garanta uma vida digna e ativa ao paciente, sempre na medida do possível. O enfermeiro é responsável pelo controle sistemático dos pacientes, ministrando medicamentos para dor ou cuidando de outros sintomas que causem estresse ao paciente.
O campo da Enfermagem representa a maior categoria de profissionais da saúde no Brasil. Segundo dados do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), a classe representa 2,1 milhões de profissionais, dos quais mais de meio milhão estão representados pelos enfermeiros. A equipe de Enfermagem representa uma força de trabalho vital para a garantia da prestação de um cuidado seguro e eficaz para a população brasileira.
Nos cuidados paliativos, os enfermeiros atuam em equipes interdisciplinares, buscando oferecer um cuidado profissional que reduza o sofrimento e promova o conforto e a dignidade do paciente e da família, atendendo as necessidades básicas de saúde física, emocional, espiritual e social. Os enfermeiros têm, nos cuidados paliativos, a qualidade de vida como o principal objetivo, oferecendo meios que garantam mais vidas aos anos, ao invés de anos à vida.
O enfermeiro atua de acordo com o Processo de Enfermagem, promovendo educação em saúde, orientações e apoio emocional e social aos pacientes e seus familiares. Primeiro o enfermeiro realiza uma consulta, que envolve a avaliação e identificação do problema. Após esse primeiro contato, o profissional estabelece o diagnóstico que vai traçar os planos mais adequados para os cuidados de cada paciente. Através dos cuidados paliativos é aplicado um olhar diferenciado sob o paciente, com enfoque no alívio do sofrimento, no conforto e na dignidade humana.
Os cuidados paliativos modernos são divididos em três graus de complexidade:
Quando uma doença como câncer é diagnosticada em estágio avançado e não há mais chance cura, entra em cena o cuidado da unidade de paliativo terminal. As técnicas auxiliam no manejo dos sintomas, além dos aspectos psicossociais associados à doença. Quando a doença está evoluindo para óbito, as equipes de saúde buscam atender ao desejo do paciente, inclusive podendo ser encaminhado para casa, se essa for sua vontade.
O profissional da Enfermagem responsável por realizar o acompanhamento de um paciente e seus familiares através dos cuidados paliativos não verifica, apenas, os sinais vitais desse paciente. A relação construída nesse ambiente vai além do controle da dor e os protocolos médicos. Conversas, visitas frequentes, auxílio com limpeza e higiene, atendimento familiar são algumas das atividades que fazem parte das atribuições do enfermeiro, oferecendo sempre atenção e conforto.
É importante que a Enfermagem ofereça também um sistema de apoio às famílias, incluindo aconselhamento e suporte ao luto. A comunicação entre todos auxilia o próprio processo de aceitação da morte. Mesmo após o óbito a equipe deve seguir com a atenção aos familiares, buscando facilitar a compreensão sobre a causa da morte e os procedimentos a serem tomados a seguir. Os cuidados paliativos abrangem desde as primeiras medidas de assistência, ainda em casa ou no hospital, até o momento pós-morte.
Para atuar com os cuidados paliativos é importante que o profissional busque uma qualificação além da graduação em um curso superior de Enfermagem, atentando para buscar uma instituição de ensino que garanta credibilidade e as capacitações necessárias para as futuras atividades desse profissional.
Os profissionais que se propõem a atuar na área dos cuidados paliativos devem buscar uma formação especializada e seu registro junto ao seu conselho de classe, valendo destacar que a Enfermagem em Cuidados Paliativos é uma especialidade do campo da Enfermagem que continua a evoluir como arte e ciência do cuidar e é reconhecida pelo COFEN.
Esperamos que o texto de hoje tenha trazido informações relevantes sobre a área dos cuidados paliativos e suas aplicações na Enfermagem.
Até a próxima!