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Competências Emocionais para o trabalho pós pandemia

Escrito por Gustavo Silva | 25/08/2020 17:50:29

Viver uma pandemia parece surreal pra todos nós, nossa vida parece estar acontecendo dentro do roteiro de um filme de ficção científica. Pessoas mascaradas em todos os lugares, mantendo afastamento de pelo menos 1 metro entre elas, todo mundo preocupado em usar o álcool gel o tempo todo, como se estivéssemos todos sendo afetados pelo TOC (transtorno obsessivo compulsivo).

O isolamento social imposto, simplesmente por ser imposto produz enorme desconforto e mudanças intra e interpessoais. Essas mudanças forjadas pelo cenário que vivemos dizem respeito não apenas aos cuidados com a saúde da população, mas impactam diretamente em vários outros setores e alteram padrões preestabelecidos, inclusive o consumo e consequentemente o mercado de trabalho.

As incertezas e inseguranças vivenciadas criam nas pessoas uma ansiedade fora dos padrões normais. Um dos nossos maiores medos, a morte, fica estampado nas mídias o tempo todo e somos obrigados a encarar nossa finitude.

Mesmo ainda atravessando o caos provocado pelo vírus, existem várias análises de tendências para o mundo pós pandemia.

O novo normal tão falado por todos também gera mais ansiedade ainda, pois passa a impressão de que quando tudo isso passar, podemos esperar um outro mundo, uma nova realidade. Parece que estão falando de algo que não podemos imaginar o que vai acontecer. Porém, não creio que seja desta forma, acredito que as mudanças que estão acontecendo já estavam em curso, foram simplesmente aceleradas. Acabaram chegando mais rápido do que o previsto e sem escolhas se queremos ou não mudar. Um bom exemplo é a utilização da tecnologia em todos os setores.

Uma questão bastante discutida é a humanização das relações de trabalho que a meu ver também já vinha sendo implantada em muitas empresas e isso apenas aumentou durante a pandemia de acordo com as mudanças vivenciadas, a necessidade do home office e daí por diante.

Para um “novo” mercado de trabalho não muda tanta coisa assim. É necessário capacitação técnica, fundamental tenhamos conhecimentos relacionados às nossas funções e alcançamos através de estudo, capacitações e treinamentos. Porém, conhecimento e competências técnicas não são suficientes, precisamos também de pessoas com habilidades comportamentais, emocionais.

Muitas rotinas e processos alterados durante a necessidade de isolamento trazem mudanças que ficarão pra sempre. Precisamos de profissionais comprometidos e responsáveis, com pensamento analítico e crítico que não aceitem tudo que está sendo implementado sem questionar, precisamos de cabeças pensantes. O perfil inovador é outra característica importante, ou seja, pessoas criativas, que trabalhem com originalidade e proatividade.

A liderança e a influência social também pesam nas escolhas das empresas, pessoas que tenham comunicação assertiva, que saibam utilizar disso em benefício próprio e corporativo. A liderança precisa ser inspiradora e provocadora de comprometimento.

A inteligência emocional com certeza é algo que todas as organizações buscam nos seus colaboradores, que passam a ser mais adaptáveis, mais resilientes e produtivos. Em momentos de incertezas precisamos de pessoas mais equilibradas emocionalmente para fortalecer e direcionar equipes de trabalho.

Segundo Peter Druker, os profissionais são admitidos pelas competências técnicas, mas são demitidos por competências comportamentais.

Artigo de autoria da Profa. Máyra Jordão David